domingo, 9 de agosto de 2009

À espera do Meeting 2009

OS FATOS RESPONDEM

Por JOHN WATERS, jornalista irlandês
Um sussurro pleno de alegria, como depois da Ressurreição. O Meeting se ocupa das coisas de todos os dias. Mas, ali, elas não são mais efêmeras. É emergir-se na existência, com o coração.


Neste mês de agosto, se Deus quiser, participarei pela quarta vez consecutiva do Meeting de Rímini (
http://www.meetingrimini.org). É difícil descrevê-lo para os que não fazem ideia do que ele significa. De qualquer modo, vou tentar explicá-lo àqueles que já o conhecem...
Não se compara a nenhum outro evento, não porque seja maior ou mais bonito (embora, sem dúvida, o seja), mas porque é uma experiência que corre em paralelo com a cultura tradicional. O Meeting examina as mesmas coisas das quais nos ocupamos nas conversas do dia a dia, e talvez fale delas com as mesmas palavras. Mas é diferente, porque olha tudo de modo diverso. Os temas são os mesmos, mas os pressupostos e as premissas são todos diferentes, porque aquilo que se vê por trás do olhar humano não é o que a nossa cultura costuma nos permitir ver.
Se eu tivesse que encorajar um amigo “não iniciado” a ir ao Meeting de Rímini, eu não usaria necessariamente essas palavras. Poderia simplesmente dizer que os debates são fascinantes; as exposições, extraordinárias; a música, sublime; e os espetáculos teatrais, excepcionais. Não acentuaria a dimensão “religiosa”; antes, falaria da vida e, se a dimensão “religiosa” viesse à tona, garantiria ao meu amigo que isso não seria um “problema”.
Assim como o Cristianismo teve início com um acontecimento histórico, do mesmo modo ele começa com um evento que acontece no coração de cada um, o desejo de conhecer alguma coisa que, na cultura que criamos, não é imediatamente evidente. Por trás dos conceitos que consideramos óbvios, como, por exemplo, a totalidade do real, há um Acontecimento, que acende a centelha do reconhecimento. Tudo isso nós o descobrimos não de uma maneira mística, mas observando mais atentamente a realidade. Esse é o verdadeiro conhecimento. Na cultura em que vivemos, pode demorar muito tempo para compreendermos que estamos vendo realmente o que nosso coração almeja.
Participar do Meeting de Rímini é como visitar um lugar situado num tempo paralelo, uma versão da nossa cultura que evoluiu de modo diferente do tradicional. Embora tendo compreendido a duras penas a diferença, o Meeting me faz sentir a “correspondência” do reconhecimento, pois as coisas entram na minha capacidade total de conhecer do modo como deveriam ser conhecidas, como conhecimento puro, antes que como afirmação de uma versão do meu eu, já decidida e aceita. Vejo, escuto e leio com o coração.
Cada novo objeto de conhecimento não chega como algo efêmero, mas como revelação, um acontecimento que se relaciona com todo o significado potencial da existência. No Meeting, encontramos o conteúdo da cultura moderna, mas sem a falsa curiosidade que aflige o homem contemporâneo. Arte, ciência, literatura, política, tudo isso e muito mais. Cristo, certamente, mas de um modo especial. Não de maneira sentimental, menos ainda moralista, mas de um modo que abre novamente a dinâmica do relacionamento do homem com a totalidade do real.
Cristo nos sussurra, não por timidez, mas antes como um murmúrio alegre mas aparentemente improvável, como nas horas seguintes à Ressurreição: Ele está aqui! “Não!”. Espere e você mesmo verá!

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